1/17/2007

PESSOAS PRECISAM DE PESSOAS
Martha Cristina E. MaiaProfessora
marthacristinamaia@hotmail.com

Meditem nessa reflexão das 4 velas.
As quatro velas estavam queimando calmamente o ambiente, que era tão silencioso que se podia ouvir o diálogo entre elas. A primeira disse: - Eu sou a paz, e apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me acesa. Em seguida, a sua chama devagarinho se apaga totalmente. A segunda disse: - Eu me chamo fé! Infelizmente sou supérflua para as pessoas, pois elas não querem saber de Deus. Por isso não faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala um vento bateu levemente sobre ela e a chama se apagou. Baixinho e triste, a terceira vela se manifestou: - Eu sou o amor! Não tenho mais força para queimar. As pessoas me deixam de lado porque só conseguem enxergar elas mesmas. Elas se esquecem até daqueles que estão a sua volta. E também se apagou.De repente chega uma criança e vê as 3 velas apagadas. - O que é isso? vocês devem ficar acesas até queimar até o fim. Então a quarta vela falou: - Não temos, crianças! Enquanto eu estiver acesa, sempre poderemos acender as outras três.A criança pegou, então, a vela da esperança e acendeu novamente as que estavam apagadas.
O mundo necessita de amor e esperança urgente. Relato nesse momento um testemunho de vida de Renata Kelly Batista da Silva, que mora em Mossoró e tem 27 anos, casada e mãe de uma criança de 5 anos, do sexo masculino.
Ela adquiriu a diabete melitus aos 3 anos de idade e é dependente de insulina desde essa época. A sua deficiência foi percebida quando aos 7 meses de gestação percebeu a dificuldade de ler livros. Foi imediatamente ao médico e logo constatou-se a perda da visão do olho direito e indícios da perda do esquerdo. Teve que ir às pressas a Natal para fazer uma cirurgia a laser para tentar salvar a visão desse olho.Após ser atendida por uma junta médica, foi diagnosticado o deslocamento de retina ocasionado pela diabetes. As taxas de glicose aumentaram tanto que foi necessário fazer um ultra-som, o que diagnosticou que o seu filho estava seguro em apenas uma artéria, devido a cirurgia do olho.
Mas graças a Deus ele nasceu saudável, aos 7 meses, medindo 46 cm e pesando 2,700kg. "Deparei-me com uma nova e difícil realidade. Tinha que aprender a conviver com o fato de não enxergar. Todavia todos os que me conheciam deram-me muita força e entusiasmo para viver, principalmente minha família, que me apoiou significativamente em tudo. Quanto a minha vida escolar, concluí o ensino médio ainda vidente. Hoje freqüento o centro de apoio ao deficiente visual (CADV). Lá estou aprendendo o Braille, tenho aula de orientação e mobilidade para aprender a me locomover sozinha. Participo de um grupo de dança formado por pessoas de deficiências variadas, o grupo é denominado Vida em movimento.
Embora esteja enfrentando obstáculos devido a cegueira, considero-me uma pessoa feliz. Sinto a presença de Deus em minha vida, e a cada dia percebo que o verdadeiro cego é aquele que não consegue ver as maravilhas de Deus".
A Renata, querido leitor, é uma das pessoas com o mais lindo sorriso da cidade, sua alegria é contagiante.
Há uma letra de uma música que nos diz: NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM. Subscrevo essa letra do Skank:
"Há tantos quadros na parede, há tantas formas de se ver o mesmo quadro. Há tanta gente pelas ruas, há tantas ruas e nenhuma é igual a outra. Ninguém é igual a ninguém. Me espanta que tanta gente sinta (se é que sente) a mesma indiferença. Há palavras que nunca são ditas, há muitas vozes repetindo a mesma frase:ninguém é ninguém. Me espanta que tanta gente minta (descaradamente a mesma mentira). Todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros. Há pouca água e muita sede, uma represa, um apartheid (a vida seca e os olhos úmidos) entre duas pessoas e quatro paredes. Tudo fica claro, ninguém fica indiferente, ninguém é igual a ninguém, me assusta que justamente agora, todo mundo e toda gente tenha ido embora. Todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros, tão desiguais...Tão desiguais..."
Ofereço essa música aos alunos do Eliseu Viana, onde demos a palestra sobre legislação, a todos e todas do (CADV) e aos componentes do grupo Vida em Movimento.
Convido o querido leitor a se fazer presente ao IV SEMINÁRIO TEMÁTICO do Dia Nacional de Luta das pessoas com deficiência, nos dias 21 e 22 de setembro.
Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.
Que o leitor todos os dias encontre mais beleza em seu ser, e nunca esqueça:
Pessoas precisam de pessoas. Um lindo amanhecer, é o meu desejo, bons ventos em seu ser.

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