10/31/2007

Como será o amanhã?

Como será o amanhã?
Martha Cristina E. Maia
Professora
marthacristinamaia@hotmail.com
Subscrevo a letra da música de Simone (A cigana). "A cigana leu o meu destino, eu chorei. Bola de cristal, jogo de búzios, cartomantes, eu sempre perguntei; o que será do amanhã? Como vai ser o meu destino? Já consultei um malmequer, primeiro amor de um menino, e vai chegando o amanhecer vem a mensagem zodiacal e o realejo diz: que eu serei feliz, sempre feliz. Como será o amanhã? Responda quem puder (quem sabe é Deus). O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser."
Quando estamos completando anos de vida, pensamos no nosso amanhã. No dia 20 de outubro foi o dia do meu nascimento.
E a data no aniversário da professora Martha Cristina E.Maia. Sei que meu futuro tenho que construir, sonhar e perseverar, mas o mesmo não acontece com os nossos jovens, a nova geração não quer mais sonhar, vive somente o dia de hoje como se fosse o último.
O pior é quando os professores da UERN morrem e ficam as pensionistas, se humilhando no IPE, mendigando aumento, e o IPE afirmando que o Estado não tem dinheiro.
Antes as leis existiam e eram cumpridas, hoje as leis somente são cumpridas por sorte.
Estamos entregues à sorte. Onde estão os direitos das pessoas, onde estão os deputados que nos representam que não estão nem aí para os problemas das pessoas do RN?
Por isso muitos hoje recorrem a ciganas, jogo de búzios, cartomantes etc. "Preocupo-me porque o mundo não está ameaçado por pessoas más, e sim ameaçado pela maldade das pessoas" (Albert Einsten).
Meu pai, falecido há alguns anos, professor da Uern (Letras), escrevo pra ele agora... Pai, pode crer, eu tô bem, eu vou indo, tô tentando vivendo e pedindo com loucura pra você renascer... Só não quero é não vou ficar mudo, e digo, pai, me perdoa essa insegurança do amanhã, é que eu não sou mais aquela criança, que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo, nos teus passos você foi mais eu. Pai, amigo Mainha, você e minha mãe fazem parte desse meu caminho que hoje eu tento seguir em paz. Honrando o teu nome e lutando pelos direitos da minha mãe e de todas as outras pensionistas da Uern.
Sou ainda aquela bonequinha do texto que relato agora através desse artigo de nome Bonequinha de sal: Certa vez, na distante terra dos bonecos, nasceu uma linda bonequinha, mas que tinha uma diferença com relação as outras de sua espécie. Ela, por obra do destino, não nasceu de algodão ou de pano, como muitas bonequinhas. Ela era feita de sal. Era única em sua terra. Quando criança sempre perguntava a seus pais: Por que sou de sal? Papai e mamãe não sabiam responder a pergunta. E assim, com esta dúvida a bonequinha cresceu. Um certo dia, quando jovem, decidiu sair pelo mundo, a fim de encontrar a resposta para sua dúvida e começou a andar. A cada boneco que encontrava fazia a pergunta: Você sabe por que eu nasci do sal? Porém, a resposta segue sempre negativa as suas dúvidas. Continuou a andar, andar muitos anos por toda a terra. E fazia sempre a mesma pergunta? Por que sou feita de sal?
Um dia deparou-se com o inesperado. Estava diante do mar e não havia mais terra para percorrer e nem bonecos para questionar. Entristecida, em frente ao mar, pensou e disse: As terras acabaram e não consegui obter minhas respostas, vou retornar para minha casa. Ao dar meia volta, nesse instante ouço uma voz forte e poderosa que disse: Bonequinha, bonequinha...
A bonequinha muito assustada perguntou: Quem está falando? E a voz respondeu: Sou eu, bonequinha, o mar.
E o que desejas, poderoso mar? Aproxime-se, aproxime-se, bonequinha.
A bonequinha aproximou-se e veio uma pequena onda e dissolveu seu pé. Assustada, a bonequinha desejou fugir, mas o mar insistiu: Aproxime-se, bonequinha, não temas, entre aqui.
Enfim, a bonequinha teve coragem e começou a entrar no mar. A cada momento o seu corpo sumia, sumia, sumia, antes porém de sumir por completo, a bonequinha, satisfeita, disse: Agora sei quem sou, eu sou o mar.
Eu também sou a bonequinha de sal, que salga as minhas carnes para não apodrecer nesse mundo mau. Deixo aqui uma simples poesia do mar para o querido leitor perseverar e enfrentar o amanhã
MAR...OH! MAR... DE LÁGRIMAS SALGADAS, ESSE MAR INICIA-SE NO MEU NOME MAR...THA, MAS O AMAR TAMBÉM DA PRA FORMAR, MAS APESAR DA DEFICIÊNCIA FÍSICA NO CORPO,TENHO A BELEZA FÍSICA MOLDADA NA ALMA... FAÇA O MAR... FELIZ, TÃO FELIZ QUANTO VOCÊ O É.
Um dia lindo a todos os leitores, professores, profissionais da Gazeta do Oeste, e como será o amanhã, responda quem souber, sei que ele depende de nós para ser um dia maravilhoso.

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10/10/2007

Crianças e seus mestres

Crianças e seus mestres

Martha Cristina E. Maia
Professora
marthacristinamaia@hotmail.com
Todos os dias ouvimos essas frases: "Tia, deixa eu beber água?"; "Professora, o Pablo tá puxando meu cabelo. Que eu faço?"; "Deixa eu apagar a lousa, tia?"; "Fessora, posso ir ao banheiro?"; "Tia, a senhora já corrigiu as provas?". "Os adultos querem compreender as crianças e dominá-las. Eles deveriam escutá-las." (Françoise Dolto).
Subscrevo Rubem Alves, que diz: "As crianças são seres oníricos, seus pensamentos têm asas. Sonham sonhos de alegria. Querem brincar."
Como professora, devo sempre direcionar a afetividade (seduzir) do aluno em relação ao que se está sendo ensinado, pois só se aprende quando se gosta, quando se ama o que se estuda. Muitas vezes as crianças de hoje não
sabem mais esperar, ela bate o pé, grita, e a mãe já atende.
A Bíblia nos ensina que devemos educar a criança no caminho em que ela deve andar. (Pv 22.6a), muitos pais perderam o rumo da educação de seus filhos, não sabendo mais como educar.
"A criança é uma semente que não se abandona à toa, depende de ti somente tornar a colheita boa". Quantos bilhetes recebemos quase todos os dias
de nossos alunos queridos, quantas flores elas nos oferecem pelas manhãs, é um tudo de bom ao amanhecer. A minha aluna Maria Clara, do 2º ano do Colégio Evangélico, diz em sua cartinha que eu sou a melhor tia que ela já teve: "Gosto muito da senhora. Faz até dever grande, mas mesmo assim eu gosto dela. Ela é bonita e mora em um apartamento, como gosto dela, eu dei um confeito pra ela e se eu não gostar, eu nunca tinha dado um confeito pra ela".
Subscrevo um lindo jogral com o tema: sou professor...
Todos:sou professor!
Professor: A sala cheia de alunos... A individualidade deve ser respeitada, as dificuldades devem ser superadas. O currículo trabalhado e o programa desenvolvido.
Todos: A barra não é fácil, porém sou professor!
Professor: São as dificuldades em casa..., vou trabalhar, mas estou com problemas... As cordas vocais não agüentam mais. Muitas provas e trabalhos pra corrigir.
Todos: A barra é pesada, porém sou professor.
Professor: Os meus queridos alunos sempre chegam atrasados... Brincam tanto durante as aulas. O dever de casa, nunca lembram de fazer!
Todos: sou professor, o que fazer?
Professor: O professor não tem vez diante do insucesso do aluno...
Grupos: O professor não ensinou, a culpa é do professor, nunca entendem o que ele explica.
Professor: No final do ano é aquele corre-corre!
Grupos: Alunos somando notas... A coordenação não tem tempo pra tantas solicitações... E todo mundo querendo solução pra o aluno brincalhão.
Todos: Continuo dizendo que agüento, pois sou professor!
Professor: Na aula, sempre a mesma rotina... Guarde o walkman, menino! Troque de lugar, garoto. Fale baixo! Aqui não é lugar de gritar, quer ter mais respeito pelos colegas?
Todos: Que situação! Porém sou professor, tenho que ir até o fim.
Professor: Onde está o material? Esqueci em casa. Onde está o dever de casa? Não fiz, fui ao dentista... Por que faltou a minha aula? Dormi demais.
Todos: Que absurdo! no meu tempo não era assim... Porém sou professor de hoje...
Professor: E os limites, como estão? Os pais reclamam, porém superprotegem os filhos; o aluno finge que não escuta o professor; os filhos são rebeldes por causa dos pais.
Professor: Professor, tem de ser de ferro! A diretora faz muitas recomendações: avaliem tudo o que é trabalhado em aula! A coordenadora pede mais atividades....
E eu, professor, continuo esperando que a sociedade reconheça meu valor e o meu trabalho, e enquanto as coisas não melhoram continuo sendo professor.
Professor: A sociedade cada vez mais desajustada. Cada segmento tem opiniões diferentes em relação à violência: são desajustamentos familiares; são os novos valores atingindo a imoralidade são os programas de TV; são as escolas que já não sabem cumprir seu papel...
Professor: Enquanto isso vou refletindo... Para muitos, sou louco por abraçar tão brava profissão, porém para a sociedade, muitas vezes nem chego a existir, pois pouco me dão valor. Mas vou seguindo o meu caminho, vou levando como posso. Alguns ex-alunos vão levando um pouco de mim, enquanto vou ficando com um pouco de cada um deles em meu coração. Lembrem-se que sou professor e faço parte do contexto social, enquanto isso, fico pensando e tentando me adaptar a tantos desencontros da educação. (Dulcileia Abreu-RJ)
Ofereço essa mensagem aos grandes mestres federal, municipal e estadual e particular...
Para você, que precisa ser de ferro, desejo que conserve um coração de ouro sensível às necessidades dos seus alunos. Para você, que lida com uma rotina desgastante, desejo que nunca perca a capacidade de sonhar que pode mudar o mundo, e para você, que não vê seu trabalho reconhecido, desejo que encontre forças para fazer de sua profissão um contínuo ato de amor.
Parabéns às crianças e aos seus mestres, por existirem, e que cada criança seja um grande discípulo de seus mestres a cada dia. Desejo um lindo dia a todos que fazem a educação, às crianças e ao querido leitor.

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10/06/2007

Acesso e sucesso dos especiais

Acesso e sucesso dos especiais

Martha Cristina E. Maia
Professora
marthacristinamaia@hotmail.com
Igual ou diferentes? Eis as dúvidas da nossa sociedade em busca de incluir essas pessoas na sociedade. "Sou diferente por que não vejo as paisagens ou igual porque consigo ver a beleza interna das pessoas? Sou diferente por que não ando ou igual porque na minha imaginação vou a qualquer lugar? Sou diferente por que não escuto os sons ou igual porque escuto a voz que vem do meu coração? Sou diferente por que faço coisas que a sociedade diz não serem normais ou igual porque tenho amor e compaixão dentro de mim?
Será que todas as pessoas são iguais ou há diferenças entre elas? Sou como você, capaz de fazer várias coisas e possuo limitações também. Por isso me respeite como um cidadão e aceite minhas limitações que eu aceitarei e respeitarei você." Aline Schmith/2002-RS.
Dia 21 de setembro, Dia de Luta das Pessoas com Deficiências, onde conviver com os alunos especiais, e conviver com um mundo totalmente diferente e muito rico de experiências exigindo conhecimentos de técnicas especiais.
Eles também possuem direitos de comunicação: "Todas as pessoas, independente da extensão e complexidade das suas deficiências, têm o direito de influenciar, através da comunicação, as suas condições de existência".
Uma parte dos deficientes vive para a doença, outros vivem para desfrutar do seu trabalho e ser feliz. Um dia um grande amigo perdeu um braço, mas comentando a respeito da sua desvantagem, ele sempre sorrindo e sempre auxiliando os outros diz: "Foi apenas um braço. Claro que para ter dois é melhor que um só, mas eles apenas amputaram meu braço, e o meu espírito está 100% intacto.
Subscrevo também uma frase de um grande jogador de golfe que nos diz: "A atitude correta de um braço derrotarão a atitude errada de dois braços". Eu, como professora especial do Colégio Evangélico, não poderia deixar de relatar os trabalhos dos meus alunos e das salas vizinhas nesse dia de luta das pessoas especiais.
Um relato de minha aluna Lívia disse que sentia pena dessas pessoas, e eu perguntei o que ela sentiu no primeiro dia de aula dela quando me viu com um aparelho ortopédico na perna. Ela respondeu que também teve pena e que reza por mim de noite, relata que essas pessoas não machucam ninguém, que tratam as pessoas bem e que quando morrer vamos pra o céu.
Isabel Cristina, também aluna, diz que a diferença é normal. "Pare e pense: preconceito nunca"; "A diferença também pode ser normal, é só querermos".
Stefany, do 2º ano, tem uma amiga que tem uma deficiência. Para ela não faz
diferença, brinca com ela, ri e deseja que ela seja muito feliz do jeito que ela é, alegre e linda.
Scarlet, também do 2º ano, diz: "A maior deficiência são naquelas pessoas preconceituosas".
Em muitas cartas de meus alunos o sentimento é sempre de pena. Meu sobrinho Lucas Maia também possui esse sentimento. Eu notava uma diferença ao se aproximar de mim, e um dia quando ele veio me visitar, viu que minha perna do aparelho ortopédico estava escondida atrás da máquina de lavar, e ele gritou:
"Tia Martha, você ficou boa da perna?" Ele estava muito feliz e conversei sobre aquele robô, que era minha perna do tamanho dele, só podia o pequeno sentir medo e pena.
É necessário trabalhar as crianças em busca de começar a nascer uma nova sociedade. As cartinhas dos alunos do 3º ano, da tia Adriana, relatam que possuem diversos amigos especiais, desde surdos, cegos e que eles respeitam muito e gostam muito deles.
"O meu amigo é deficiente, ele tem que ter um homem pra levantar ele da cama porque não enxerga, ele é feliz assim", diz Jefferson.
Todos os alunos do 3º ano do Colégio Evangélico Leôncio José de Santana desejam a todas as pessoas especiais muitas felicidades e paz.
Nossa luta é eterna para que todos os especiais tenham acesso e sucesso em suas vidas. Um abraço a Selma pelos cursos de inclusão na cidade de Mossoró e também desejo que os cursos de inclusão sempre sirvam de estímulo para os professores se apaixonarem pelo tema e conhecerem de perto essa realidade com muito amor e colaborar com os alunos pra o seu acesso e sucesso.
E a você, querido leitor, ame o seu semelhante com qualidades e defeitos.
Um lindo amanhecer sem preconceitos e com muito respeito é o meu desejo aos leitores.

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